Entre os dias 25 e 26 de maio, nossos campos missionários em Ribeira e Itapirapuã Paulista receberam os irmãos do Seminário de Mizpá para uma viagem ministerial. O relato a seguir foi escrito pelo Anderson, um dos integrantes deste grupo. Nele, ele compartilha um pouco de sua experiência no campo missionário do Alto Vale do Ribeira e da percepção que teve ao conhecer as famílias da região e suas vivências.
Breve Carta Aberta (“breve” o quanto possível). Viagem missionária à Vale do Ribeira, a região mais pobre do Estado de São Paulo, dias 25 e 26 de maio:
Desembarcamos às 05h00. As equipes se dividiram entre as cidades de Ribeira e Itapirapuã Paulista. Meu grupo ficou nesta segunda. Depois de um papo com os missionários que atuam na região, para entendermos as necessidades e o contexto do povo da cidade, saímos.
Foram quase dez visitas em um único dia.
Ouvimos muito, falamos o suficiente. Compartilhamos a Esperança do Evangelho, oramos e demos louvores ao Senhor, expressando nossa expectativa da Glória e gratidão imediata a Jesus.
A Maria (troquei o nome dela por privacidade) foi a primeira visitada.Casa pequena (um cômodo), sem geladeira, banheiro nos fundos do quintal, paredes de madeira, pouca luz e muita umidade. Quatro filhos, dois com graves problemas de saúde.
O missionário Carlos leu Mt 6.25. Ele nem pôde explicar o texto e ela precisou falar. Em pouco tempo estava chorando. É que ela tinha medo. Medo todos os dias! Além de com a saúde dos filhos, medo de se teria algo pra comer… E a Palavra de Deus tinha acabado de trazer, de novo, esperança para ela e sua família.
Então o desabafo: “Todos os dias eu não sei se vou ter comida pros meus filhos. Eu vivo isso que você falou…”. Ela fez uma pausa. “Ontem vocês trouxeram uma cesta básica pra mim”. E a voz falhou.
Aí eu sorri.
Sorri porque ouvia o testemunho da provisão do Deus que sustenta. Sorri porque vi a Graça de Cristo reluzindo como o sol. Sorri em gratidão a Ele, grato aos que fizeram doações.
A história da Maria se repete por todo o Vale.
Encerramos o sábado com um culto. Quase todos os que visitamos estavam lá. No dia seguinte iniciamos com uma Escola Bíblica Dominical, e os que puderam também estiveram conosco, de novo.
Em dois dias de viagem não se muda o mundo. Mas fomos uma declaração de amor às vidas em Vale do Ribeira e um lembrete aos missionários de lá de que eles não estão a sós. A igreja se importa e se engaja na causa de fazer discípulos de Cristo.
Obrigado por tuas orações. Missões não se faz sozinho!”
Anderson Felae
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